O filme é muito diferente do que os jovens, das gerações “Z” e “Y”, estão acostumados. A começar pelo visual: é um filme mudo e em preto e branco, que se não fosse tão agradável tinha tudo para dar errado, principalmente se considerarmos que as pessoas costumam não lidar muito bem com o que é novo, e diferente, ou mesmo com aquilo que não estão acostumadas. Prova disso é que apesar do sucesso que “The artist”, obteve junto à crítica ao redor do mundo, no Brasil o filme ficou restrito ao circuito de arte, e em seu primeiro final de semana em cartaz, o filme foi visto por apenas 34 850 pessoas ,e foi apenas o décimo segundo mais visto — o primeiro foi “Cada um tem a gêmea que merece” (359 865 pessoas),de acordo com o blog, Radar on-line.
O filme é muito semelhante, no que diz respeito à história, ao clássico “Cantando na chuva” (1952), porém, é bem mais simplório em termos de tecnologia, e nos apresenta a história por outro ângulo; através do ponto de vista do astro George Valetin (Jean Dujardin), que vê aos poucos sua carreira entrar em declínio, já que o cinema mudo perde cada vez mais espaço para o cinema falado, no qual Valetin não vê um futuro prospero, e com isso pronúncia uma das frases mais marcantes do filme, por simbolizar toda a era do cinema mudo: “As pessoas vão ao cinema para me ver, e nunca precisaram me ouvir” .Com o detalhe, de que foi através de Valetin, que Peppy Miller (Bérénice Bejo), que se tornará a grande diva do recém-nascido cinema falado; chegou ao universo dos estúdios como figurante, e teve em Valetin a figura de um professor que lhe deu, aquela que seria sua principal característica como atriz; e um homem pelo qual ela cria um amor.
Em um filme, como estamos acostumados hoje, a trilha sonora já tem uma importância extremante relevante. Relevância, que obviamente irá variar de acordo com a personalidade e os objetivos do diretor para a obra. Em um filme mudo, essa importância se multiplica inúmeras vezes, e no caso de “The Artist”, o filme ganhou uma complicação extra, devido a acusação da grande, e maravilhosa Kim Novack, que acusou a trilha sonora de ser um grande plágio a obra de Bernad Herrmann, em Vertigo (1958).
Kim Novack, não estava errada, a trilha sonora talvez seja um dos pontos mais fracos do filme. É eficiente, atinge seu objetivo, consegue acompanhar bem as cenas, mas falta algo, aquele algo a mais que faz com que uma trilha seja única e torne um filme inesquecível como “Vertigo”. E esse “algo a mais” fica ausente na maior parte do filme, e só aparece de forma pouco significativa, em algumas cenas, como uma em que o personagem de Jean Dujardin, percebe que tudo a sua volta tem um som, exceto o próprio personagem . Além, de que Bernard Herrmann, é quase esquecido nos créditos do filme.
O diretor, Michel Hazanavicius se defende das acusações de Kim Novack, alegando que o filme é uma homenagem ao cinema. De fato, fica explicita a homenagem quando se vê na última cena o filme representar a evolução do cinema, fora as diversas referências a outros clássicos que o filme faz, a maioria apresentada em tom discreto.
As atuações são incríveis, e Jean Dujardin, repete brilhantemente , e de forma muito superior a parceria que já havia feito com o diretor em “Agente 117:Rio não responde mais”(2009), um filme, leve, com piadas mais refinadas, e uma brincadeira, com os antigos agentes da Gestapo, que teriam vindo se refugiar no Brasil durante a década de 1960, época em que o filme é ambientado. Interpretando o agente 117, já se percebem o talento, e a força das expressões faciais de Jean Dujardin, características que certamente contribuíram para que Jean pudesse “falar”, através de suas expressões faciais, em “O Artista”(2011). Bérénice Bejo, embora não esteja tão bem quanto Jean, também está muito bem no papel de Miller, mas talvez não seja merecedora do Oscar de melhor atriz.
Desde que foi exibido em Cannes, “O Artista”, conquistou a crítica mundial, tendo já recebido vários prêmios, entre eles O Globo de Ouro, e o Bafta de Melhor filme, e várias outras categorias dessa premiação, que funciona como um OSCAR, do cinema Europeu, e inglês. Mas não acredito, que “O Artista” seja o melhor filme do ano, até porque a história é agradável bonita, mas não tem nada demais, nada de novo, nenhum grande diferencial. O grande mérito do filme ,é a homenagem a toda a história do cinema Hollywodiano, e mundial, e a forma como essa homenagem é idealizada: Como se fazia antigamente; Sem cores, sem voz e sem 3D. Premiar “O Artista”, não é premiar o filme, é premiar uma homenagem, é premiar uma lembrança, é premiar todo o histórico da sétima arte...É premiar o CINEMA.
Daniel Rodrigues (DanielR_DDRP)
O filme é muito semelhante, no que diz respeito à história, ao clássico “Cantando na chuva” (1952), porém, é bem mais simplório em termos de tecnologia, e nos apresenta a história por outro ângulo; através do ponto de vista do astro George Valetin (Jean Dujardin), que vê aos poucos sua carreira entrar em declínio, já que o cinema mudo perde cada vez mais espaço para o cinema falado, no qual Valetin não vê um futuro prospero, e com isso pronúncia uma das frases mais marcantes do filme, por simbolizar toda a era do cinema mudo: “As pessoas vão ao cinema para me ver, e nunca precisaram me ouvir” .Com o detalhe, de que foi através de Valetin, que Peppy Miller (Bérénice Bejo), que se tornará a grande diva do recém-nascido cinema falado; chegou ao universo dos estúdios como figurante, e teve em Valetin a figura de um professor que lhe deu, aquela que seria sua principal característica como atriz; e um homem pelo qual ela cria um amor.
Em um filme, como estamos acostumados hoje, a trilha sonora já tem uma importância extremante relevante. Relevância, que obviamente irá variar de acordo com a personalidade e os objetivos do diretor para a obra. Em um filme mudo, essa importância se multiplica inúmeras vezes, e no caso de “The Artist”, o filme ganhou uma complicação extra, devido a acusação da grande, e maravilhosa Kim Novack, que acusou a trilha sonora de ser um grande plágio a obra de Bernad Herrmann, em Vertigo (1958).
Kim Novack, não estava errada, a trilha sonora talvez seja um dos pontos mais fracos do filme. É eficiente, atinge seu objetivo, consegue acompanhar bem as cenas, mas falta algo, aquele algo a mais que faz com que uma trilha seja única e torne um filme inesquecível como “Vertigo”. E esse “algo a mais” fica ausente na maior parte do filme, e só aparece de forma pouco significativa, em algumas cenas, como uma em que o personagem de Jean Dujardin, percebe que tudo a sua volta tem um som, exceto o próprio personagem . Além, de que Bernard Herrmann, é quase esquecido nos créditos do filme.
O diretor, Michel Hazanavicius se defende das acusações de Kim Novack, alegando que o filme é uma homenagem ao cinema. De fato, fica explicita a homenagem quando se vê na última cena o filme representar a evolução do cinema, fora as diversas referências a outros clássicos que o filme faz, a maioria apresentada em tom discreto.
As atuações são incríveis, e Jean Dujardin, repete brilhantemente , e de forma muito superior a parceria que já havia feito com o diretor em “Agente 117:Rio não responde mais”(2009), um filme, leve, com piadas mais refinadas, e uma brincadeira, com os antigos agentes da Gestapo, que teriam vindo se refugiar no Brasil durante a década de 1960, época em que o filme é ambientado. Interpretando o agente 117, já se percebem o talento, e a força das expressões faciais de Jean Dujardin, características que certamente contribuíram para que Jean pudesse “falar”, através de suas expressões faciais, em “O Artista”(2011). Bérénice Bejo, embora não esteja tão bem quanto Jean, também está muito bem no papel de Miller, mas talvez não seja merecedora do Oscar de melhor atriz.
Desde que foi exibido em Cannes, “O Artista”, conquistou a crítica mundial, tendo já recebido vários prêmios, entre eles O Globo de Ouro, e o Bafta de Melhor filme, e várias outras categorias dessa premiação, que funciona como um OSCAR, do cinema Europeu, e inglês. Mas não acredito, que “O Artista” seja o melhor filme do ano, até porque a história é agradável bonita, mas não tem nada demais, nada de novo, nenhum grande diferencial. O grande mérito do filme ,é a homenagem a toda a história do cinema Hollywodiano, e mundial, e a forma como essa homenagem é idealizada: Como se fazia antigamente; Sem cores, sem voz e sem 3D. Premiar “O Artista”, não é premiar o filme, é premiar uma homenagem, é premiar uma lembrança, é premiar todo o histórico da sétima arte...É premiar o CINEMA.
Daniel Rodrigues (DanielR_DDRP)
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