Wednesday, October 11, 2017

Nobel de Economia: Comportamentos não racionais, e suas implicações na modelagem econômica







Muitos
colegas andam me perguntando sobre a importância do chamado Prêmio Nobel em
economia, que foi concedido ontem a Richard Thaler.





Eles estão
interessados porque viram ou leram, sobre o extenso catalogo de exceções as
tradicionais regras neoclássicas de tomada de decisão, que foram compiladas por
Thaler e outros economistas comportamentais.





Uma das
minhas favoritas é o “ultimatum game”(jogo/momento do intimato). Vamos assumir um
contexto em que alguém quer doar (suponhamos 5 USD) a dois agentes. Se os dois
aceitarem, cada um recebe de acordo com o que foi acordado, mas se apenas um
deles rejeitar o acordo ninguém recebe nada. O que Thaler e seu coautor
encontraram é que o segundo agente iriam provavelmente recusar uma proposta na
qual recebessem menos de 25% dos 5USD – mesmo que 25% de 5USD sejam melhores
que nada de 5USD.Ou seja os agentes estão a dispostos a aceitar o custo (não
receber nada), de modo a punir o agente(doador) que lhes fez uma proposta “injusta”.
E essa noção de justiça é um problema na lógica racional de tomada decisões,
que é central no pensamento neoclássico.





Algumas
outras exceções incluem o “endowment effect”(quando os indivíduos tendem a
atribuir maior valor aos itens que eles já possuem [Tradutor: dá pensar em
continuar morando no subúrbio, por costume, quando se pode pagar um aluguel na
zona sul(RJ)]), a teoria do “mental accounting”  (em que o agente supera limitações cognitivas
[Tradutor: ele fala em “cognitive limitations”, então a tradução direta,talvez
desvirtue um pouco], através de simplificações sistemáticas do contexto, como
por exemplo usando contas diferentes para diferentes gastos),o “planner-doer
model”( em que indivíduos são míopes [myopic doers] para decisões de curto
prazo, e excessivamente planejadores para decisões de longo prazo), entre
outras várias outras exceções. Todas com um grande leque de
aplicações que vão desde o âmbito institucional, passando por consumo até mercados
financeiros.







[Tradutor:
a partir daqui Ruccio começa uma análise, mais própria, que não é imediatamente
interessante para os fins desta postagem]




Essa é uma tradução informal, não solicitada e não autorizada, com fins de qualificar as discussões sobre o tema no Brasil, oferecendo o mínimo viés possível.


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