Chega ao fim o primeiro turno, e surpresa, nas principais capitais o jogo corre bem diferente do que
se esperava a dois anos. Prefeitos com alto índice de aprovação não elegem sucessor, candidato
estreante ganha no primeiro turno, a esquerda ainda está viva depois do impeachment. É 2016, tá
sendo mesmo uma caixinha de surpresas para os marqueteiros, e para os políticos que começam a
perceber que cada vez tem menos espaço para que uma alta verba de campanha, sirva como uma
borracha para os quatro, ou sabe-se lá quantos de governo, que antecederam a eleição.
As principais estrelas nessas eleições de 2016, são mesmo as mudanças seja no financiamento de
campanha, ou no tempo de mídia. Pela primeira vez em muitas eleições, não temos as intenções de
voto pré-campanha sendo apenas um dado pouco significativo. Com as mudanças no sistema de
campanha fica mais caro, e mais difícil, para o candidato construir uma imagem apenas durante a
campanha. “Eleição é guerra, não importa o que verdade, importa o que as pessoas acreditam”,
diziam abertamente alguns marqueteiros. É o jogo mudou, e o que se vê hoje é que os candidatos
vão precisar aprender a fazer campanhas mais baratas.
Para quem já está na ativa há tempos, seja candidato ou marqueteiro, isso pode parecer impossível.
Infelizmente, ou felizmente para os jovens aspirantes a vida pública, o YouTube prova o contrário,
cada vez mais os grandes orçamentos da TV brasileira, criam celebridades engessadas que atendem
bem aos interesses dos anunciantes, mas que conquistam a indiferença do público. Enquanto que na
internet figuras que estão fora dos padrões da grande mídia, com baixíssimo orçamento, vão
conquistando incríveis níveis de engajamento de suas audiências.
Depois do segundo turno, é provável que esquente em Brasilia discussões pela flexibilização, dessas
novas regras de campanha. Talvez o que falte seja os candidatos perceberem, que haverá cada vez
menos espaço para os candidatos “tanto faz”, ou ainda o candidato “em que foi que eu votei na
última eleição ?”.
As mudanças no sistema foram boas, falta apenas que os candidatos percebam que seu objetivo não
dever ser conquistar o voto do eleitor, mas sim o engajamento do eleitor. É o engajamento que fará
com que o eleitor faça doações, e até trabalhe voluntariamente em campanhas. E principalmente:
um eleitor engajado gera votos, muitos mais que o seu próprio. Logo quem ganhará, é quem
conquistar engajamento, assim o candidato perfeito é aquele que conseguir incorporar em sua
campanha a capacidade de gerar engajamento que os vlogueiros do YouTube tem hoje
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