A vida é um
grande emaranhado de tudo. O pior é pensar que ainda convencionamos a dividir
esse emaranhado em categorias – quem sabe assim a bagunça fica mais organizada.
Temos uma vida pessoal, uma vida profissional, e se quisermos ainda mais
subcategorias: uma vida amorosa, uma vida acadêmica. Bela desilusão pensar que
tudo isso significa alguma coisa. A triste verdade é que tudo é tão vazio de
sentido por si só.
Talvez esse
seja o verdadeiro papel do ser humano, atribuir sentido a tudo que existe. Seria uma pena, se nos transformássemos em
grandes pedaços de carne vazios de sentido. É preciso ter algo que te faça
viver, não apenas existir. Mas sim, ter a possibilidade de olhar aos arredores
e gostar do que vê.
Se caímos
em uma realidade que tem vida por si só, alheia a nossa existência. Qual é o
nosso papel nessa grande engrenagem? Dá para pensar que o ser cria algo, que
atribuirá sentido a outro ser. Ainda é possível cair na questão, quanto a
origem do sentido das coisas. O sentido de uma obra, vêm do criador. Ou o
sentido do criador, surge da sua obra? Fato é que nessa segunda hipótese, temos
que todo o sentido da humanidade, parte da masturbação do ego. Um fato triste, mas
até que realista.
Tem gente
que quer mudar o mundo, e fazer a vida das pessoas melhores, mas as origens
desse desejo vêm realmente do “ver a vida das pessoas melhor”, ou do almejar
o “Eu fiz a vida das pessoas melhor”.
Fato é que
as pessoas não enxergam além de si, e é apenas uma grande disputa de egos. No
final, o ser tende a complicar qualquer situação simples, apenas por acreditar
em uma ideia, o que em princípio até seria positivo. Mas não é incomum,
perceber os inúmeros casos em que a ideia se sobrepõe a realidade. E o que em princípio
poderia ter dado origem a algo realmente bom, se torna apenas mais do mesmo.
Por quê as
pessoas estudam? É claro que pode envolver certa paixão pelo tema do estudo mas
a verdade, é que as pessoas almejam algo para si. A ideia do conhecimento, pelo
prazer do conhecimento, é utópica, e ainda que fosse realidade, seria vazia de sentido,
apenas um exercício do ego.
A ideia de
estudar como algo capaz de abrir horizontes é verdadeira, mas não é exatamente
o conhecimento que abre horizontes, mas sim o que conhecimento lhe dará
capacidade de fazer pela realidade. Assim o conhecimento é uma grande
ferramenta, mas jamais deve ser o fim. O ego atribuindo sentido a tudo que
existe,faz sentido, mas todo o resto é relativo enquanto origem do sentido.
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