“Realidade”, é com certeza um critério questionável ,quando se trata de leva-lo, ou não em conta na apreciação de uma peça artística. No cinema — ah, nossa querida sétima arte —, esse conceito, é ainda mais variável. Temos realidades alucinadas, com lógicas que visam criticar uma característica, ou mesmo uma situação cotidiana, no dia-a-dia da sociedade, um exemplo é o Processo (1962), do esquecido — embora genial — Orson Welles, onde este maravilhoso cineasta, que inclusive deixou marcas em sua passagem pelo Brasil, critica todo o sistema judiciário americano, através de um complexo roteiro e representações caricatas, como a do grande advogado, que tem a seus pés, clientes, e nas mãos inúmeras formas de ludibria-los.
No Brasil, o exemplo recente desse abandono racional da realidade é o Redentor (2004),de Cláudio Torres. Onde toda a história gira entorno do personagem de Pedro Cardoso, um jornalista que na infância foi amigo de um dos magnatas do setor imobiliário carioca, e assim levou seus pais a comprarem um apartamento na então terra dos sonhos ,numa época em que a Zona sul carioca já começa a se mostrar supervalorizada e com pouco espaço para novas construções :a Barra da Tijuca. Entretanto a conclusão deste negocio nunca chegará a acontecer, e uma divida eterna irá se estabelecer.
Como uma de suas várias temáticas o filme aborda a ganância, que faz parte da personalidade das pessoas, através de algumas falas do personagem de Miguel Falabella, que nos levam a constatar, que mesmo que uma quantia em dinheiro fosse dividida igualmente as pessoas não se dariam por satisfeitas. Por natureza elas querem sempre mais.
E é por meio do personagem de Pedro Cardoso, que a produção coloca em voga, uma critica a corrupção, na politica e no jornalismo, um assunto muito atual em tempos de um governo pós-populista, onde o que importa é o voto das massas.
A produção aposta ainda num casamento, brilhantemente realizado entre trilha sonora erudita e popular, empregadas nas cenas de suspense, e no clímax da história, respectivamente.
O longa metragem, ainda traz a tona uma discussão sobre a religiosidade, num momento em que o roteiro, se transformar numa grande farofa, dada a forma brusca, e imediata como essa virada acontece. Contudo, a brilhante direção de Cláudio Torres, em conjunto com o grandioso elenco que — além dos já citados —,conta com nomes como o de Camila Pitanga, Fernanda Montenegro e Stenio Garcia; ameniza os efeitos dessa virada de roteiro.
A qualidade técnica, das cenas, combinadas com a brilhante mistura musical, colocam o espectador, diante de uma reflexão sobre a vida do personagem central e suas escolhas, e o conduzem ao questionamento quanto à lucidez de Célio Rocha(Pedro Cardoso), de forma profunda e levemente cômica.
Entre os autores, aparece o nome de João Emanuel Carneiro, que atualmente é responsável pela representação televisiva, da nova classe média, vista em Avenida Brasil.
No Brasil, o exemplo recente desse abandono racional da realidade é o Redentor (2004),de Cláudio Torres. Onde toda a história gira entorno do personagem de Pedro Cardoso, um jornalista que na infância foi amigo de um dos magnatas do setor imobiliário carioca, e assim levou seus pais a comprarem um apartamento na então terra dos sonhos ,numa época em que a Zona sul carioca já começa a se mostrar supervalorizada e com pouco espaço para novas construções :a Barra da Tijuca. Entretanto a conclusão deste negocio nunca chegará a acontecer, e uma divida eterna irá se estabelecer.
Como uma de suas várias temáticas o filme aborda a ganância, que faz parte da personalidade das pessoas, através de algumas falas do personagem de Miguel Falabella, que nos levam a constatar, que mesmo que uma quantia em dinheiro fosse dividida igualmente as pessoas não se dariam por satisfeitas. Por natureza elas querem sempre mais.
E é por meio do personagem de Pedro Cardoso, que a produção coloca em voga, uma critica a corrupção, na politica e no jornalismo, um assunto muito atual em tempos de um governo pós-populista, onde o que importa é o voto das massas.
A produção aposta ainda num casamento, brilhantemente realizado entre trilha sonora erudita e popular, empregadas nas cenas de suspense, e no clímax da história, respectivamente.
O longa metragem, ainda traz a tona uma discussão sobre a religiosidade, num momento em que o roteiro, se transformar numa grande farofa, dada a forma brusca, e imediata como essa virada acontece. Contudo, a brilhante direção de Cláudio Torres, em conjunto com o grandioso elenco que — além dos já citados —,conta com nomes como o de Camila Pitanga, Fernanda Montenegro e Stenio Garcia; ameniza os efeitos dessa virada de roteiro.
A qualidade técnica, das cenas, combinadas com a brilhante mistura musical, colocam o espectador, diante de uma reflexão sobre a vida do personagem central e suas escolhas, e o conduzem ao questionamento quanto à lucidez de Célio Rocha(Pedro Cardoso), de forma profunda e levemente cômica.
Entre os autores, aparece o nome de João Emanuel Carneiro, que atualmente é responsável pela representação televisiva, da nova classe média, vista em Avenida Brasil.
Daniel Rodrigues
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