Nicolas Winding Refn e Ryan Gosling. Essas duas pessoas, o diretor de filmes pouco conhecidos como “O Guerreiro Silencioso” (2009) e “Bronson” (2008) e o ator principal emergente nesses últimos anos, em por exemplo “Amor a Toda Prova” (2011) e “Tudo pelo Poder” (2011) respectivamente, são as maiores qualidades de “Drive”.
Ryan Gosling interpreta um homem misterioso que trabalha no sul da Califórnia como dublê de filmes e dirigindo à noite para criminosos em roubos. Quando um desses assaltos não sai como o planejado, precisa salvar a própria pele de um grupo de mafiosos liderado por Bernie (Albert Brooks – “Até que os Parentes nos Separem”) e Nino (Ron Perlman – “Hellboy”).
O roteiro da obra nos mostra esse sujeito enigmático (sem nome e sem passado), triste, deprimido e fechado que vive perigosamente, seja como dublê em cenas de perseguição, seja transportando assaltantes. Certo dia, conhece Irene (Carey Mulligan – “Educação”) e seu filho Kaden Leos, dos quais se aproxima bem ao seu jeito contido e monossilábico. Porém, quando o marido de Irene sai da prisão carregando consigo uma dívida dos tempos de detenção que coloca em risco toda sua família, o motorista se vê impelido a ajudá-los participando de uma tentativa de assalto que, no fim das contas, fracassa.
A partir daí, a história salta para um complexo estudo de personagens, cujo eixo condutor é a violência que pode haver dentro de cada um de nós. Inicialmente, o motorista passava a impressão de ser um homem competente naquilo que faz, vide as cenas da gravação de um filme e da primeira perseguição/fuga em que se envolve; em seguida assistimos a uma pessoa reclusa, infeliz e deprimida pautando todos os seus relacionamentos a poucas palavras e uma mesma expressão indecifrável, como se vê nos primeiros contatos com Irene e na cena em que recebe uma nova proposta de emprego; finalmente, quando se deflagra os momentos mais tensos, envolvendo mafiosos, o motorista revela o seu lado mais sombrio e violento. Numa das melhores cenas do filme, aquela do elevador, compartilhamos com Irene o espanto e o choque de acompanhar essas viradas do personagem principal.
O bom andamento da trama depende e muito das ótimas atuações do elenco. Carey Mulligan empresta sensibilidade e incômodo verdadeiro diante de toda a violência ao seu redor à sua personagem; Bryan Cranston diferencia-se bastante do Walter White de “Breaking Bad”; Ron Perlman compõe o típico bandidão com forte presença em cena; Albert Brooks se destaca (e merecia uma indicação ao Oscar, por sinal!) interpretando um criminoso frio, calculista, imprevisível e perigoso; e claro Ryan Gosling, a alma do filme, ao incorporar com grande talento esse homem misterioso e, ao mesmo tempo, violento que tenta ajudar outras pessoas, mas através de meios questionáveis.
Os elogios também são merecidíssimos para o diretor Nicolas Winding Refn. Sua condução equilibra eficientemete os períodos mais lentos e intimistas com períodos de ritmos mais fortes e acelerados, conseguindo assim desenvolver os personagens e montar as cenas de ação. O uso da camêra lenta, por vezes uma crítica a ser feita pelo seu excessivo uso, em filmes como “Sherlock Holmes – O Jogo das Sombras”, nunca parece exagerado, pelo contrário, diverte porque aparece justamente em instantes mais apropriados para realçar a tensão necessária.
Tecnicamente, não há como não se ressaltar a qualidade de elementos como uma trilha sonora composta por músicas fortes e extremamente compatíveis com as situações em que são inseridas no filme; uma bela fotografia por contrapor instantes mais leves e de cores suaves, como a relação entre o motorista e Irene, com passagens mais obscuras e cores pesadas durante, principalmente, o segundo ato da obra; e uma edição de som elétrica, agitada e elevadíssima durante as perseguições e tiroteios. Poderia ter recebido outras indicações ao Oscar, inclusive entre as técnicas, mas como apenas foi lembrado em edição de som, já tem a minha torcida.
Para encerrar volto a falar de Ryan Gosling e Nicolas Rinding Refn. O primeiro definitivamente veio para ficar e, a julgar por sua escolha tão variada de personagens, podemos esperar outras coisas boas vindas desse ator; já o segundo, estou curioso para saber qual será seu próximo filme.
Ryan Gosling interpreta um homem misterioso que trabalha no sul da Califórnia como dublê de filmes e dirigindo à noite para criminosos em roubos. Quando um desses assaltos não sai como o planejado, precisa salvar a própria pele de um grupo de mafiosos liderado por Bernie (Albert Brooks – “Até que os Parentes nos Separem”) e Nino (Ron Perlman – “Hellboy”).
O roteiro da obra nos mostra esse sujeito enigmático (sem nome e sem passado), triste, deprimido e fechado que vive perigosamente, seja como dublê em cenas de perseguição, seja transportando assaltantes. Certo dia, conhece Irene (Carey Mulligan – “Educação”) e seu filho Kaden Leos, dos quais se aproxima bem ao seu jeito contido e monossilábico. Porém, quando o marido de Irene sai da prisão carregando consigo uma dívida dos tempos de detenção que coloca em risco toda sua família, o motorista se vê impelido a ajudá-los participando de uma tentativa de assalto que, no fim das contas, fracassa.
A partir daí, a história salta para um complexo estudo de personagens, cujo eixo condutor é a violência que pode haver dentro de cada um de nós. Inicialmente, o motorista passava a impressão de ser um homem competente naquilo que faz, vide as cenas da gravação de um filme e da primeira perseguição/fuga em que se envolve; em seguida assistimos a uma pessoa reclusa, infeliz e deprimida pautando todos os seus relacionamentos a poucas palavras e uma mesma expressão indecifrável, como se vê nos primeiros contatos com Irene e na cena em que recebe uma nova proposta de emprego; finalmente, quando se deflagra os momentos mais tensos, envolvendo mafiosos, o motorista revela o seu lado mais sombrio e violento. Numa das melhores cenas do filme, aquela do elevador, compartilhamos com Irene o espanto e o choque de acompanhar essas viradas do personagem principal.
O bom andamento da trama depende e muito das ótimas atuações do elenco. Carey Mulligan empresta sensibilidade e incômodo verdadeiro diante de toda a violência ao seu redor à sua personagem; Bryan Cranston diferencia-se bastante do Walter White de “Breaking Bad”; Ron Perlman compõe o típico bandidão com forte presença em cena; Albert Brooks se destaca (e merecia uma indicação ao Oscar, por sinal!) interpretando um criminoso frio, calculista, imprevisível e perigoso; e claro Ryan Gosling, a alma do filme, ao incorporar com grande talento esse homem misterioso e, ao mesmo tempo, violento que tenta ajudar outras pessoas, mas através de meios questionáveis.
Os elogios também são merecidíssimos para o diretor Nicolas Winding Refn. Sua condução equilibra eficientemete os períodos mais lentos e intimistas com períodos de ritmos mais fortes e acelerados, conseguindo assim desenvolver os personagens e montar as cenas de ação. O uso da camêra lenta, por vezes uma crítica a ser feita pelo seu excessivo uso, em filmes como “Sherlock Holmes – O Jogo das Sombras”, nunca parece exagerado, pelo contrário, diverte porque aparece justamente em instantes mais apropriados para realçar a tensão necessária.
Tecnicamente, não há como não se ressaltar a qualidade de elementos como uma trilha sonora composta por músicas fortes e extremamente compatíveis com as situações em que são inseridas no filme; uma bela fotografia por contrapor instantes mais leves e de cores suaves, como a relação entre o motorista e Irene, com passagens mais obscuras e cores pesadas durante, principalmente, o segundo ato da obra; e uma edição de som elétrica, agitada e elevadíssima durante as perseguições e tiroteios. Poderia ter recebido outras indicações ao Oscar, inclusive entre as técnicas, mas como apenas foi lembrado em edição de som, já tem a minha torcida.
Para encerrar volto a falar de Ryan Gosling e Nicolas Rinding Refn. O primeiro definitivamente veio para ficar e, a julgar por sua escolha tão variada de personagens, podemos esperar outras coisas boas vindas desse ator; já o segundo, estou curioso para saber qual será seu próximo filme.
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