Wednesday, December 6, 2017

Criando gatilhos para o processo de inclusão social









Bom eu já falei sobre a dimensão mais cruel da psicologia, que emerge de um quadro intenso de desigualdade.



Aqui http://www.cinemaecia.com/2017/12/a-psicologia-da-desigualdade-no-brasil.html



Mas tem um outro aspecto que é interessante, quando copiamos um sistema de leis que foi feito para uma dinâmica social diferente da vigente no Brasil, isso gera um efeito no qual os agentes não conseguem internalizar a lógica do sistema. E por internalizar o que quero dizer é que ninguém entende como o sistema funciona.



O exemplo mais óbvio disso é essa discussão sem sentido em torno da previdência. Da qual eu já falei aqui



http://www.cinemaecia.com/2017/10/cpi-da-previdencia-piada-do-seculo.html



A previdência brasileira é uma cópia do modelo Alemão, só que na Alemanha todo mundo tem renda então principio da solidariedade, onde todo mundo paga quanto pode faz sentido. No Brasil seria necessário pensar em algo que abarcasse o fato das pessoas não terem renda. Até porque é só assim que você começa a incluir os excluídos. No nosso modelo de seguridade social hoje, essa cópia zoada dos modelos europeus, a gente não tem clara a dimensão da co-responsabilidade, que é vital para manter um sistema aceitável de proteção social funcionando sem a necessidade de um agente central na figura do governo. Que é o caso do sistema alemão.







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A algum tempo eu fiz um material sobre o setor de saúde no Brasil que você encontra aqui

Essa imagem acima é um dos slides



Nesse slide tem um detalhe interessante. Reparou que o gasto privado em saúde é maior que o público...mas ainda assim 75% da população depende do público(que gasta menos). Basicamente uma parcela de 25% dos segurados tem um gasto em saúde maior do que aquele destinado aos outros 75%. (que gasta menos). Basicamente uma parcela de 25% dos segurados tem um gasto em saúde maior do que aquele destinado aos outros 75%.Enfim, seria interessante tratar esses dados, para encontrar a intersecção, ou se você preferir...quem se divide entre o público e o privado.

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O Brasil é um país em que você já tem uma intensa estrutura privada no sistema de saúde, então a grande pergunta é como criar uma lógica sistêmica que se auto-mantenha,em que todos saiam ganhado com sua operação. E aqui o que pode não estar ficando claro, é que o sistema de saúde faz parte dos sistemas de seguridade social (no contexto alemão), na verdade boa parte da confusão em torno da previdência parte desse limite entre a saúde e a previdência.No caso brasileiro ainda tem uns penduricalhos...Até porque estamos numa coisa estranha entre o modelo alemão e o NHS britânico.



No caso eu estou embasando essa discussão no texto



O sistema de seguro-doença obrigatório - Fundamentos do setor de saúde alemão (Karsten Schroder)



Um textinho difícil de achar pelas internet's...mas fazer o que? Achados da BEC-UFF



No geral o texto, é um dos mais eficientes em termos de organizar uma ideia nessa linha, pra além desses relatórios non-sense de BSB(com algumas boas excessões como o do TCU)...e já serve pra começar a repensar clickbaits baratos como esse









Em última instância, essa dimensão da co-responsabilidade, que emerge quando os agentes são regulados sob uma lógica que lhes é natural é que vai ser chave para gerar inclusão. O agente deve ter autonomia, e principalmente ter a sensação de que tem autonomia, e isso só se consegue com dimensão da Co-responsabilidade. E não tem muito espaço para co-responsabilidade quando o papai estado cuida de tudo.










A ideia, é que a vantagem das ciências sociais sobre a física, surge na perspectiva em que a energia não vai se dissipar, então é possível criar um sistema capaz de se auto-manter, é só uma questão de reconhecer o real interesse dos agentes,  e jogar com isso pra criar um sistema capaz de se auto-manter.








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Essa lógica opera junto com a do primeiro texto na medida em que a longa distância entre as bolhas sociais gera um contexto de "não adianta" (expresso na fala em destaque no texto do Fonseca), então a perspectiva é tentar contornar isso com a figura da co-responsabilidade 












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