O maior detetive das histórias policiais já foi interpretado por vários atores e adaptado de diferentes formas nas telas do cinema. Guy Ritchie (“Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes”) em 2010 (estreia no Brasil) nos surpreendeu investindo num típico longa metragem de ação (lutas, perseguições, perseguições e afins) e na veia cômica de Robert Downey Jr. (“Homem de Ferro”). Pena que “Sherlock Holmes 2- O Jogo das Sombras” tropece justamente em alguns dos elementos que tornaram o primeiro filme tão bacana.
Acompanhamos o enredo no qual a morte do príncipe herdeiro da Áustria, aparentemente um suicídio, é vista por Holmes como uma peça de um quebra-cabeça maior arquitetado pelo professor James Moriarty com a expectativa de assistirmos a um bom suspense. Porém, nos deparamos com um tom espalhafatoso demais: cenas de ação em alta voltagem parecendo a trilogia Bourne e um humor gratuito e muitas vezes desnecessário ao estilo de comédias hollywoodianas de gosto duvidoso que aparecem aos milhões todo o ano. Fica a sensação de que se tivéssemos a mesma atmosfera de thriller do Missão Impossível de Brian de Palma, a trama e os personagens seriam mais bem desenvolvidos.
Logo a trama tão promissora por envolver o grande vilão James Moriarty, no fim das contas mostra buracos e falhas. O início do filme retrata um conjunto de atentados para começar a apresentar o plano de Moriarty, mas depois interrompe essa exposição para fazer rir e elevar a adrenalina nas passagens da despedida de solteiro e casamento de Watson e do trem. Quando voltamos aos objetivos do vilão, vemos um dos melhores momentos da obra, a explosão de um prédio em Paris, e mais a frente, uma conclusão que poderia melhorar a produção pela inteligência cair na falta de imaginação já vista nas 2 horas anteriores.
Agora vamos aos pobres coitados dos personagens. Sherlock Holmes vivido por Downey Jr. repete os trejeitos de Homem de Ferro, abusa de um humor físico e tolo e aparenta ser inteligente apenas para prever os movimentos de seu adversário numa briga; Watson vivido por Jude Law (“Closer-Perto Demais”) vira um acessório para a comédia de Holmes; Mycroft Holmes vivido por Stephen Fry (“V de Vingança”), em poucos instantes, faz bonito; a cigana Simza vivida por Noomi Rapace (o sueco “Os Homens que não amavam as mulheres”) parece perdida e sem função em diversos instantes; e James Moriarty vivido por Jared Harris (“O Curioso Caso de Benjamin Button”) ocasionalmente se destaca mesmo com poucas chances para brilhar: a cena do restaurante, da explosão em Paris e do jogo de xadrez no fim da obra.
Tecnicamente, Sherlock Holmes é muito eficiente. Design de produção, maquiagem e figurinos estão sob medida e a trilha sonora de Hans Zimmer, mais uma vez, é inspirada. O problema maior fica a cargo da direção de Guy Ritchie. Ele parece sofrer de um sério vício e de Mal de Alzhmeir: é obcecado pelo slow motion e parece esquecer a todo o momento que já usou sua técnica favorita e, por isso, precisa colocá-la a cada 10 minutos.
Passadas pouco mais de 2 horas, saí do cinema esperando um Sherlock Holmes 3 (sim, já está confirmado) menos over, menos exagerado e capaz de trazer algo novo além da ação desenfreada e do humor forçado.
Ygor Pires (@YgorPiresMontei)
Acompanhamos o enredo no qual a morte do príncipe herdeiro da Áustria, aparentemente um suicídio, é vista por Holmes como uma peça de um quebra-cabeça maior arquitetado pelo professor James Moriarty com a expectativa de assistirmos a um bom suspense. Porém, nos deparamos com um tom espalhafatoso demais: cenas de ação em alta voltagem parecendo a trilogia Bourne e um humor gratuito e muitas vezes desnecessário ao estilo de comédias hollywoodianas de gosto duvidoso que aparecem aos milhões todo o ano. Fica a sensação de que se tivéssemos a mesma atmosfera de thriller do Missão Impossível de Brian de Palma, a trama e os personagens seriam mais bem desenvolvidos.
Logo a trama tão promissora por envolver o grande vilão James Moriarty, no fim das contas mostra buracos e falhas. O início do filme retrata um conjunto de atentados para começar a apresentar o plano de Moriarty, mas depois interrompe essa exposição para fazer rir e elevar a adrenalina nas passagens da despedida de solteiro e casamento de Watson e do trem. Quando voltamos aos objetivos do vilão, vemos um dos melhores momentos da obra, a explosão de um prédio em Paris, e mais a frente, uma conclusão que poderia melhorar a produção pela inteligência cair na falta de imaginação já vista nas 2 horas anteriores.
Agora vamos aos pobres coitados dos personagens. Sherlock Holmes vivido por Downey Jr. repete os trejeitos de Homem de Ferro, abusa de um humor físico e tolo e aparenta ser inteligente apenas para prever os movimentos de seu adversário numa briga; Watson vivido por Jude Law (“Closer-Perto Demais”) vira um acessório para a comédia de Holmes; Mycroft Holmes vivido por Stephen Fry (“V de Vingança”), em poucos instantes, faz bonito; a cigana Simza vivida por Noomi Rapace (o sueco “Os Homens que não amavam as mulheres”) parece perdida e sem função em diversos instantes; e James Moriarty vivido por Jared Harris (“O Curioso Caso de Benjamin Button”) ocasionalmente se destaca mesmo com poucas chances para brilhar: a cena do restaurante, da explosão em Paris e do jogo de xadrez no fim da obra.
Tecnicamente, Sherlock Holmes é muito eficiente. Design de produção, maquiagem e figurinos estão sob medida e a trilha sonora de Hans Zimmer, mais uma vez, é inspirada. O problema maior fica a cargo da direção de Guy Ritchie. Ele parece sofrer de um sério vício e de Mal de Alzhmeir: é obcecado pelo slow motion e parece esquecer a todo o momento que já usou sua técnica favorita e, por isso, precisa colocá-la a cada 10 minutos.
Passadas pouco mais de 2 horas, saí do cinema esperando um Sherlock Holmes 3 (sim, já está confirmado) menos over, menos exagerado e capaz de trazer algo novo além da ação desenfreada e do humor forçado.
Ygor Pires (@YgorPiresMontei)
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